Gente,
Ser os útimos a fazer a entrevista tira um pouco da expectativa pelos relatos, afinal já foram tantos! Mas mesmo assim, vou contar um pouco sobre a nossa entrevista.
Bem, a entrevista estava marcada para as 15h30 e como a gente soube que M. Le Blanc tinha adiantado algumas entrevistas no dia anterior, pensamos em chegar mais cedo. Pela manhã fui no salão fazer uma escova básica no cabelo e apenas às 12h decidimos fazer uma checagem dos documentos. Como parece que as coisas só funcionam “com emoção”, tivemos uma surpresa: faltava o comprovante de francês de Grisi, tínhamos duas cópias do meu. Um engano que passou batido por mim, Grisi e Lise… Detalhe: Grisi era o requerente principal! Eu ligava pro Clic e pro celular de Lise e não conseguia falar. O que tranquilizava era que a entrevista era no meio da tarde, então TINHA que dar tempo hehehe
Conseguimos falar com Lise e às 14h45 chegamos no Othon com os documentos corretos e um pouco tranquilos, um pouco ansiosos. A recepcionista nos explicou certinho onde seria a entrevista, o que não fez com muitos. Subimos, um grupo de hóspedes nos olhava no elevador, imagino que se perguntando por que motivo estávamos tão embecados. Rs
Chegamos ao restaurante e, claro, colei o ouvido na porta pra saber se tinha alguém dentro. Ouvi vozes e falei pra Grisi que era ali. Esperamos no banquinho ao lado do piano, depois fomos pro restaurante, depois voltamos pro banquinho… Em todos os lugares estava muito quente. E de tanto andar pra um lado e pra outro eu já estava deixando Grisi agoniado rs
Gente, esperamos uma hora! Eu não aguentava mais ficar parada! Meu divertimento foi ficar brincando com o aparelhinho de engraxar sapatos que ficava no corredor (dica pra os futuros entrevistados que não queiram ficar parados hehe) Vejam a foto em anexo.
Até que depois de uma hora de espera e 15 minutos de atraso do horário oficial, saiu um casal do restaurante. Conversamos rapidamente e eles disseram pra ficarmos tranquilos porque o M. Le Blanc é muito tranquilo. Perguntei três vezes se eles tinham passado e eles não me responderam (não sei se estavam tão eufóricos que não ouviram ou se ficava subentendido no comentário). Eles disseram que a gente podia entrar. Bati na porta e joguei um “bonjour” pro Le Blanc.
Só o rosto dele já deixa a gente tranquilo. Sua feição já é simpatica. Ele confirmou nossos nomes e disse para sentarmos. Deixei a cadeira mais próxima dele para Grisi, porque já tinha visto relatos onde o Le Blanc pedia pro requerente principal chegar mais perto.
Ele nos pediu os documentos na mesma ordem de Lise (e aqui vale abrir um parênteses pra elogiar o trabalho de nossa querida professora, ela realmente nos prepara pra entrevista), começava pelo requerente e seguia para mim. O calor era tão grande que acho que ele percebeu que eu olhava pra vista, pro ar condicionado e pras garrafinhas de água na mesa. Ofereceu a água, mas como minha bexiga é teimosa eu não queria arriscar. Só na segunda vez que ele ofereceu, aceitei.
Depois de todo mundo dizer que foi tranquilo (e essa foi a vantagem de ter ficado por ultimo – tivemos acesso a vários relatos), eu estava tranquila. Tanto que quando ele perguntou “pas d`enfants?”, nós dissemos “non” e eu brinquei “encore”. Depois dos documentos pessoais, ele foi pros estudos e pediu comprovantes de linguas. Eu, que estava doida pra me livrar do inglês depois de tantos anos sem praticar, me adiantei pra entregar o meu comprovante e Grisi explicou que é autoditada. Foi aí que ele explicou que faria uma pergunta em inglês e perguntou nossas motivações pra imigrar. Depois, ele interrompeu Grisi e mandou eu completar a resposta em francês. Eu adorei! rs
Ah, quando mostramos o comprovante do Clic ele soltou logo um comentário “Hum… Clic!”. Rimos e comentei “é, nós somos os últimos alunos do CLIC”.
Em seguida, foram os documentos de trabalho e é tudo tão tranquilo que ele nem se stressou quando percebemos que eu tinha errado a data de um trabalho pra um ano a mais (foi engano mesmo) e ele apenas corrigiu na demande. Com Grisi também houve um erro de datas, mas sem stress. Nem pediu nossos contracheques ou extrato de banco.
Então ele seguiu para os nossos currículos, projetos de trabalho e planos. Ah, vale dizer que Grisi é designer e trabalha com computação gráfica e eu sou publicitária, trabalho como redatora. Perguntou nossos códigos da profissão no Québec e abrimos o dossier pra olhar. Ele fez algumas perguntas pra Grisi pra conferir se ele conhecia todos os programas pedidos pelas vagas e quando olhou as minhas, disse o que eu já esperava: trabalhar com redação em outra lingua é complicado e deu a dica pra eu começar em um cargo simples numa empresa grande onde eu veja oportunidade de crescer até alcançar o cargo que eu quero. Falou que meu plano B (mkt) deveria virar o plano A e riscou item por item como eu deveria montar meu currículo. Acho que essa parte foi a que mais demorou e foi muuuuuto útil também.
Sinceramente, quando ele começou a dizer que eu deveria fazer “assim ou assado” na hora de procurar emprego dava pra sacar que a gente já tinha sido aprovado.
Enquanto ele digitava, eu apertava o joelho de Grisi e sorria, comemorando hahaha E Grisi todo plantado. E já que ele só digitava, aproveitamos pra comentar que um casal de amigos nossos havia feito entrevista no dia anterior (Gabi e Armando) e tinham mostrado a gente numa foto do grupo Salvador-Québec. Ele riu e se lembrou do fato.
Bem à vontade, ele disse que eu parecia muito a irmã de um amigo dele do Québec, designer. Eu falei que todo sempre diz que pareço com alguém e olha que tenho uma irmã gêmea, mas somos bem diferentes.
Conversa vai, conversa vem, ele pega no dossier, dá uma folheada e pergunta “o que é isso aqui?”. Falamos que é nosso dossier e perguntamos se ele pode olhar, se quiser. Ele abre e logo na primeira página aponta pra folha da mapple tree e pergunta “o que é isso?” (detalhe: a mesma pergunta que Lise fez pra gente quando viu a folhinha kkkk). Respondemos e ele pergunta onde tiramos a foto na qual estamos completamente agasalhados. Dizemos que foi em Gramado e pegamos zero grau lá. Solto um “Foi uma preparação pro Québec”e ele se acaba de rir.
A impressora demora um pouco pra imprimir o CSQ e confesso que eu já sabia no meio da entrevista qual seria o final da história. Por isso, a cena da impressão não teve a mesma emoção que eu esperava. Ele mostra a via que devemos guardar, a que enviaremos pro Federal, explica que com o F teremos mais facilidade pra conseguir emprego e pronto. Nos despedimos, ele é bem caloroso e fala um “au revoir” umas três vezes pra cada um e saímos felizes com um dos maiores passos desse processo já dado.
Bjs
Nenhum comentário:
Postar um comentário